apelido do time de rugby masculino da Nova Zelândia
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Aqui você encontra palavras do mundo do rugby citadas na reportagem com seus significados.
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O rugby vem ganhando espaço na mídia nacional e internacional ano após ano, não à toa, voltou aos Jogos Olímpicos após quase um século de ausência. Entretanto, ainda não é muito conhecido pelo brasileiro, que por diversos motivos não está habituado com essa cultura. É curioso pensar que o pioneiro do esporte é o mesmo que o do futebol, Charles Muller, que trouxe a modalidade para o Brasil no final do século XIX. A história conta que, enquanto o Brasil ainda brindava a independência de Portugal, em 1823, a Inglaterra inventava esse esporte que até hoje tem os países da língua inglesa como principais potências.
No final daquele século, pouco antes do Brasil experimentar a modalidade, mais precisamente entre os dias 16 e 23 de junho de 1894, Pierre de Fredy, o Barão de Coubertin, reunia no anfiteatro da Sorbonne, em Paris, mais de duas mil pessoas. Dentre estavam reis e príncipes da Europa, que discutiram a organização do que nasceria dois anos depois: a primeira edição dos Jogos Olímpicos da Era Moderna, em Atenas, na Grécia. O que poucos sabem é que a relação de Pierre de Coubertin e o rugby era extremamente próxima.
O francês entrou para o Hall da Fama da World Rugby, em 2006, por difundir o esporte ao longo de sua vida. Foi pelas visitas dele a Inglaterra que o aristocrata auxiliou na criação do primeiro campeonato de escolas francesas, em 1890. Ainda ousou a ser árbitro, apitando a final do primeiro campeonato francês, em 1892, e da primeira partida internacional da seleção francesa, em 1906. Só quem é árbitro de rugby sabe a dificuldade que é transformar os “brutos” jogadores em “cavalheiros” dentro de campo.
Em 1896, após o término dos jogos de Atenas, Pierre de Coubertin tornou-se o segundo presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI) ao suceder o grego Demetrius Vikelas. Utilizando de sua força política, foi o responsável pela inclusão do rugby nos jogos de Paris, em 1900. Falar de Pierre é falar também da história desse esporte nos registros olímpicos, que se mostraria turbulenta com o passar dos anos.
Na foto, Pierre de Coubertin.
Dos 24 países que participaram das Olimpíadas de Paris, apenas três inscreveram equipes de rugby, o que era pouco pensando em consolidação. Disputaram os donos da casa, o Império Alemão e a Grã-Bretanha. A França venceu as duas partidas por 27 a 17 e 27 a 8, respectivamente, e ficou com a primeira medalha de ouro olímpica do rugby. Não houve a outra partida do triangular porque os britânicos não podiam esperar pelo duelo contra os alemães, deixando as duas seleções com a medalha de prata e sem nenhuma vitória na competição. O calendário esportivo da época era problemático e será tema ainda nesta reportagem.
Foi neste ano e no rugby que um preto competiu em uma edição dos Jogos Olímpicos pela primeira vez. Lembre-se de todo o seu conhecimento sobre a escravidão. Foi um marco extremamente relevante, em um contexto onde as mulheres nem podiam soar em público. Constantin Henriquez de Zubiera, haitiano naturalizado francês, se destacou e fez história nos primeiros anos de rugby francês. Foi tricampeão nacional nos anos 1897, 1898 e 1901, antes de voltar ao seu país natal e se tornar senador. Coroou este feito com a medalha de ouro.
Em 1904, as Olimpíadas de Saint Louis, nos Estados Unidos, sofreu uma drástica diminuição de atletas e países. Nem Pierre de Coubertin foi convencido pela carta do presidente americano Theodore Roosevelt de comparecer ao evento. O fato da competição se confundir com outros eventos de negócios, nada ligados ao esporte, irritou o presidente do COI na ocasião. Dos 651 competidores, 523 eram dos donos da casa. Não havia possibilidades de acontecer o rugby neste cenário. A terceira olimpíada chegava ao seu final com apenas duas partidas disputadas.
As coisas começam a mudar nos Jogos Olímpicos de 1906, apenas dois anos depois. Você deve estar lembrando coisas coerentes do tipo: “Pera aí, as olimpíadas acontecem de quatro em quatro anos”, ou “o COI não reconhece nenhuma competição neste ano”. É verdade. Só que existe nos registros históricos uma edição extra, denominada Jogos Olímpicos Intercalados, que ocorreu em 1906, novamente em Atenas.
A intenção dos gregos era comemorar os 10 anos de aniversário das Olimpíadas e elevar sua força política para tornar a capital grega sede fixa. Pierre de Coubertin não impediu que a competição existisse, mesmo contrariado, pois era a favor da rotatividade dos países. O COI buscava respeitar o conceito da palavra olimpíada - intervalo de quatro anos entre dois jogos olímpicos pelos quais o tempo era contado na Grécia antiga.
Os gregos já tinham toda a estrutura necessária para a realização dos Jogos e o que se viu foi o sucesso, diferentemente das duas edições anteriores. O número de atletas e países aumentou em mais de 50% entre 1904 e 1906. Heranças deste ano são tradições exaltadas atualmente, como a cerimônia de abertura com desfile de todos os atletas, separados por delegações, representadas pelas cores e bandeiras.
Mas o principal marco foi levantar o debate que era necessário enxugar o calendário para que todas as atenções estivessem voltadas para aqueles dias de competição, mesmo que a medida tenha demorado a virar tradição. A ideia de Jogos Olímpicos em Atenas de quatro em quatro anos não se concretizou, porque vieram as tensões com o Império Otomano (atual Turquia) a partir de 1907, com o final do conflito só após a Primeira Guerra Mundial, em 1918. A Grécia, a partir disso, não teve mais condições de receber a competição como pretendia.
Ligando essa história ao rugby, o crescimento de patamar dos Jogos Olímpicos foi fator preponderante para a volta ao calendário esportivo na edição de Londres, em 1908, Inglaterra. Tal evento ganhou o selo de principal competição esportiva entre países. Porém, mais uma vez, a modalidade fracassou copiosamente, e pior, no país berço do esporte. Apenas três nações confirmaram equipes naquele ano. França, Australásia (na geografia atual, separadas em Austrália e Nova Zelândia) e a Grã-Bretanha.
O que já era pouco, diminuiu com a desistência dos campeões olímpicos de 1900. No registro oficial da competição consta que alguns clubes franceses não liberaram seus jogadores, o que resultou em um pedido de desculpas ao COI. O mesmo documento aponta que a seleção britânica foi representada pela equipe do Condado de Cornwall (Cornuália), campeã da temporada 1907/1908 do Rugby Union County Championship, um dos campeonatos dos ingleses.
Você, torcedor, gostaria de um time, rival ou não, representando sua nação? Estava visível, mais uma vez, a pouca importância dada ao esporte àquela altura da história. A terceira partida de rugby dentro dos Jogos Olímpicos ocorreria em 26 de outubro de 1908, consagrando a Australásia como segunda campeã olímpica da modalidade, com a vitória por 32 a 3 sobre aquela “Grã-Bretanha”.
Nesse cenário, a Olimpíada de Estocolmo, em 1912, na Suécia, não recebeu o rugby. Algo que possa minimizar esse impacto é a redução considerável de esportes na edição. Se Londres organizou 22 modalidades, na capital sueca foram apenas 14. Só voltaríamos a presenciar o rugby e uma edição dos Jogos Olímpicos em 1920. Um hiato de oito anos manchado pela Primeira Guerra Mundial (1914-1918). A capital alemã, Berlim, escolhida para receber a edição de 1916, só teria a competição 20 anos depois, já nas mãos do nazista Adolf Hitler.
E Pierre de Coubertin no meio disso tudo? Como se comportou durante a “guerra europeia”? Envelhecendo, o presidente mudou a sede do COI e a sua residência particular para a Suíça, durante o conflito, em 1915. Se mudanças políticas ocorrem de um dia para o outro, imaginem no período de oito anos. O presidente, que em 1920, no retorno das Olimpíadas, estava com 57 anos, enxergava a aposentadoria se aproximar. Principalmente com uma nova geração entrando na política do COI.
Quem receberia o sexto Jogos Olímpicos naquele ano seria a Bélgica, na rica província da Antuérpia, conhecida mundialmente como o centro mundial do diamante. Era necessário um país que pudesse entregar a estrutura para comportar as competições, já que alguns países foram devastados pela guerra. A Alemanha, que receberia em 1916, foi a mais atingida. Não havia condições financeiras e políticas para receber a próxima edição.
O rugby se beneficiou com a predisposição dos aristocratas em uma harmonia pela realização da Olimpíada da Antuérpia. Muitos atletas morreram em batalha. Os britânicos, por exemplo, perderam 27 jogadores de rugby que haviam representado a seleção nacional em algum momento. Os números foram ainda maiores nos clubes, segundo o livro do historiador inglês Tony Collins, “A Social History of English Rugby Union”, lançado em 2009.
Estavam confirmados para a Olimpíada de 1920, França, Estados Unidos, Romênia e Checoslováquia. Entretanto, vocês bem sabem que, até aqui, confirmação não era garantia de jogo para a época. Romenos e checoslovacos desistiram da competição às vésperas das partidas. Sobrou para franceses e norte-americanos garantirem a modalidade na Olimpíada.
Contrariando e surpreendendo as expectativas europeias, quem ficou com a medalha de ouro foi o estreante Estados Unidos. Um detalhe aqui é importante: o interesse social pelo esporte aumentou exponencialmente em comparação às outras edições. Cerca de 20.000 pessoas acompanharam a vitória apertada dos norte-americanos por 8 a 0. As duas seleções jogaram no Estádio Olímpico da Antuérpia, o Beerschot Stadium, construído especialmente para a Olimpíada.
Jogadores dos Estados Unidos, seleção campeã de 1920. Fonte: Frederic Humbert/Rugby Pioneers
Quatro anos depois, Pierre de Coubertin faria sua despedida dos Jogos Olímpicos como presidente do COI, na edição de 1924, em Paris. A escolha da França como país-sede foi uma homenagem ao longo trabalho do francês a frente daquele ideal que ele propôs 30 anos antes. Era uma vontade dele levar ao seu país natal um Jogos Olímpicos de sucesso, uma vez que entendia que a primeira experiência não apresentou a essência esportiva que ele tanto desejava.
Desta vez o rugby bateu recorde de partidas em uma única edição até então - o que vamos combinar, não era algo muito difícil. Estados Unidos, França e Romênia competiram em um triangular. As três partidas somadas levaram cerca de 41 mil pessoas ao Estádio Olímpico de Yves-du-Manoir, na cidade de Colombes (França), a 12 quilômetros de Paris.
No dia 4 de maio, os donos da casa estrearam superando com facilidade a Romênia por 61 a 3. No dia 11, foi a vez dos norte-americanos baterem os romenos por 37 a 0. A data de 18 de maio de 1924, no duelo entre Estados Unidos e França, está marcada na história do rugby até hoje. Isso porque, além de reeditar a final de 1920, foi a última partida oficial da modalidade XV dentro dos Jogos Olímpicos.
Os franceses chegaram para o confronto com enorme favoritismo, igual na Antuérpia, quatro anos antes. O campeonato francês era um dos mais organizados do mundo naquele período. Os norte-americanos, por sua vez, fizeram seletiva seis meses antes da Olimpíada para a criação de uma equipe. Sete medalhistas de ouro de 1920 estavam naquela seleção, que foi muito hostilizada desde sua chegada ao solo europeu. Era o início também da ascensão do Futebol Americano no país.
Neste cenário, os relatórios olímpicos contam que a supremacia física dos norte-americanos superava a técnica mais refinada do rugby francês. O jogo foi tão bruto, que a França terminou a partida com dois jogadores a menos. A torcida da casa ficou ensandecida quando o seu melhor jogador, Adolphe Jaureguy, saiu carregado de campo após uma sequência de tackles da defesa americana. Muitos objetos foram arremessados em direção ao gramado por aquele público de 21.389 pessoas, o maior até então do rugby olímpico.
Ao final do espetáculo, o que se testemunhou foram as “cenas lamentáveis”. Após a derrota sacramentada por 17 a 3, os torcedores franceses invadiram o campo e precisaram ser contidos pelas forças de segurança. Os jogadores norte-americanos, bi-campeões, receberam suas medalhas escoltados. Posteriormente, foram exaltados pela imprensa local, tamanha façanha repetida. Entretanto, aquela “revanche” seria um dos fatores para o hiato de 92 anos do rugby no quadro de modalidades das Olimpíadas.
Do século XX ao XXI
Com a saída de Pierre de Coubertin do COI em 1925, o rugby perdeu o seu principal defensor. A confusão em Paris causou uma mancha no esporte, pois os valores desportivos e olímpicos haviam ficado totalmente de lado no episódio. Ligado a esses fatores, os britânicos não se interessavam em enviar equipes competitivas ou mesmo participar. Logo eles, os criadores do esporte. África do Sul, Nova Zelândia e Austrália não tiveram condições financeiras para viajar até a Europa. Assim, com poucas nações com estrutura e competitividade, o rugby “caiu”.
Só voltou aos Jogos Olímpicos em 2016, depois de muitas mudanças dentro do esporte. Durante esse período, tivemos a morte de Pierre de Coubertin em 1937, na Suíça, vítima de um ataque cardíaco, aos 74 anos. Morreu pobre, e para seus biógrafos, sem o devido reconhecimento pelo seu trabalho. Em 2006, “o pai fundador dos Jogos Olímpicos da Era Moderna", como foi atribuído pela World Rugby, entrou para o Hall da Fama da entidade por ser um “defensor apaixonado” da modalidade.
Se toda a reportagem até aqui foi baseada em homens jogando, após a virada do milênio as mulheres também passaram a produzir o espetáculo. Outra mudança importante foi a saída da modalidade XV e a entrada do seven-a-side, ou sevens. Essa troca é explicada pela exigência física que uma partida de rugby XV tem em comparação ao sevens. Atualmente, uma edição de Jogos Olímpicos tem a duração de pouco mais de duas semanas.
O atual preparador físico da Confederação Brasileira de Rugby (CBRu), Ismael Arenhart Alves, formado em Educação Física e pós-graduado em Treinamento e Educação de Força e Condicionamento, diz que sem uma mudança no formato das Olimpíadas, não vê a possibilidade do retorno do rugby XV.
Foto: Arquivo pessoal
“De dois a quatro dias é possível fazer uma competição de sevens, o campeonato completo. Enquanto que para o XV, a World Rugby recomenda que haja o intervalo de uma semana entre um jogo e outro. Ou seja, seria impraticável dentro do formato atual, promover o tempo necessário para que um jogador de XV se reabilitasse para fazer os jogos dentro do tempo que as Olimpíadas proporcionam. Teria que reformular tudo”, afirma.
Desde 2015 no cargo e habituado aos regulamentos das competições atuais, o profissional explica que um torneio de sevens, em média, possui seis partidas de 14 minutos, disputadas em um espaço de dois a quatro dias. Segundo ele, a soma dessa competição, em distância percorrida, supera por pouco uma única partida de rugby XV, de 80 minutos.
O preparador afirma que o estresse físico de um jogador de XV também é maior pelo número superior de tackles, rucks, mauls e scrums, em uma partida, enquanto que no sevens o índice de trabalho, a velocidade média e a distância por minuto, é o fator diferencial. “São modalidades com demandas diferentes. Nem sempre é possível fazer uma comparação tão linear, mas as principais diferenças estão no tempo de jogo corrido”, conclui.
Como a duração de uma competição de sevens se mostrava mais favorável para encaixar no calendário de uma Olimpíada atual, a edição de 2016, realizada no Rio de Janeiro, Brasil, foi a escolhida para o retorno do rugby ao quadro olímpico. Agora, com o status de um dos esportes mais populares do mundo, alguns critérios de classificação são utilizados para eleger as 12 nações que participam dos Jogos Olímpicos.
Nesses critérios, 24 equipes participaram da competição em solo brasileiro. Foi a estreia de várias nações em Jogos Olímpicos. Brasil, Austrália, Grã-Bretanha, Nova Zelândia, Estados Unidos, França, Quênia, Fiji, Japão e Espanha se classificaram tanto no masculino, quanto no feminino. Em apenas um dos naipes competiram Argentina, África do Sul (ambas no masculino), Colômbia e Canadá (no feminino) fechando as 12 seleções por gênero.
Com uma campanha irretocável, a seleção masculina de Fiji sagrou-se campeã vencendo as seis partidas que disputou. Na fase de grupos, derrotou o Brasil (40-12), a Argentina (21-14) e os Estados Unidos (24-19). Nas quartas, desbancou a favorita Nova Zelândia (12-7), nas semifinais, superou o surpreendente Japão (20-5), e, na grande final, atropelou a Grã-Bretanha (43-7). Na disputa pelo bronze, a África do Sul venceu os japoneses por 54 a 14, no que foi a maior diferença de placar entre todas as 34 partidas do torneio.
No feminino, abrindo o histórico olímpico, a primeira seleção medalhista de ouro foi a Austrália. Em seis jogos, foram cinco vitórias e um empate. Na fase de grupos, derrotou Colômbia (53-0), Fiji (36-0), e empatou com os Estados Unidos (12-12). Nas quartas, despachou a Espanha (24-0), nas semifinais, o tradicional Canadá (17-5), e, na final, no clássico das potências da atualidade, venceu um jogo duríssimo contra a Nova Zelândia (24-17). No confronto pelo bronze, melhor para as canadenses, que superaram a Grã-Bretanha por 33 a 10.